Depois dos gémeos

Um dos mais arreigados tiques pavlovianos que afectam a direita é o fascínio com políticos e políticas intragáveis apenas porque «chateiam a esquerda».
A direita europeia tem de perceber de uma vez por todas que não é com políticos demagogos como Berlusconi nem com líderes reaccionários como os gémeos Kaczynski que vai contribuir alguma coisa para a boa governação. É gente que «chateia a esquerda» mas que envergonha a direita que tem vergonha na cara.
Agora que o «Cavaliere» e Jaroslaw Kaczynski já foram apeados, é importante jogar com as virtudes e os defeitos do actual eixo franco-alemão. Ou seja: aproveitar a eficácia de Merkel e Sarkozy, ultrapassando a falta de carisma dela e o excesso de energia dele.
Depois há Cameron, que parece ter mais «marketing» que substância, mas que vai depender muito dos erros cometidos por Brown, que é um político sólido.
E há ainda Aznar, que tem apenas 54 anos e cuja carreira não acabou.
Os outros, com eventual desculpas à direita do Luxemburgo ou da Eslovénia, não contam.
Pedro Mexia